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quarta-feira, abril 19, 2006 

O Novo Mundo foi descoberto por engano


Vou iniciar a minha participação neste espaço de debate com um pequeno texto acerca de um acontecimento que me diz muito: a descoberta do Novo Mundo, leia-se América, por Cristóvão Colombo em 1492.
Muito já se disse e escreveu a respeito das viagens de Colombo. O navegador, casado com uma portuguesa, acreditava que o Mundo era redondo. Por isso achava evidente que se podia chegar à Ásia pelo Oceano Atlântico, sem ser necessário passar por África e pelos “tormentosos” cabos desse continente.
Assim sendo, cedo percebeu que necessitaria de dinheiro para confirmar estas suas especulações. Ofereceu então os seus serviços aos reis católicos de Espanha e a D. João II de Portugal. Ambos recusaram. Os Espanhóis porque estavam em guerra com os mouros e não tinham dinheiro para despender em “aventuras”; Portugal porque já tinha delineado um plano para chegar à Índia e que contemplava o dobrar do Cabo das Tormentas e prosseguir viagem ao lado da costa Africana, reclamando todas as terras visitadas durante essa viagem para a coroa portuguesa. Eventualmente, Vasco da Gama chegou à Índia em 1498.
Entretanto, a guerra entre a Espanha e os mouros findara com a vitória espanhola. Agora, D. Fernando e D. Isabel apercebiam-se que tinham de voltar as suas intenções para a expansão marítima, reconhecendo a necessidade de acabar com o maior poderio português nesse domínio. Por isso, pediram que Colombo se reunisse com elas e discutisse, novamente, a sua proposta. Colombo assim o fez, destacando que apenas consentiria em participar na expedição se a coroa espanhola o nomeasse almirante do mar oceânico e vice-rei de todas as terras que descobrisse, com direito a 10% de todos os tesouros que encontrasse na sua viagem.
Muito contrariada, D. Isabel consentiu às pretensões do navegador dando-lhe três navios: a Pinta, a Niña e o célebre Santa Maria. Foi ao comando desses navios e de 87 homens que Colombo partiu do porto de Palos em 3 de Agosto de 1492 com destino à Ásia e às suas riquezas.
No entanto a viagem foi tudo menos pacífica. Toda a tripulação temia o vasto e desconhecido mar que se estendia à sua frente. Apenas Colombo se mantinha confiante no sucesso da sua missão. Ele enganava a tripulação mantendo um falso diário de bordo, no qual encurtava as distâncias realmente percorridas, para que os restantes homens não estranhassem o facto de andarem dias e dias sem verem terra.
Colombo foi também assolado por tempestades que danificaram os seus barcos, incluindo o seu Santa Maria, que acabaria por ser destruído por uma dessas tempestades quando a terra já se encontrava à vista.
No dia 12 de Outubro a frota chegou à ilha de Guanahani, habitada por índios de pele escura. Colombo baptizou-a de São Salvador e reclamou a sua posse para Espanha. Na sua mente a sua teoria confirmava-se: era possível chegar à costa oriental asiática pelo Atlântico.
Ao chegar ao Novo Mundo, Colombo passou duas semanas a viajar entre as belas ilhas das Caraíbas, dando nomes espanhóis a todas aquelas em que se desembarcava.
Realizou mais 3 viagens ao Novo Mundo, tendo numa outra navegado ao longo da Costa da América Central, embora não tenha desembarcado.
Até ao fim dos seus dias Colombo acreditou firmemente que as ilhas por ele descobertas se encontravam junto da costa asiática.
Devido à sua ambição e arrogância perdeu os favores da corte espanhola, tendo morrido desapontado e esquecido a 20 de Maio de 1506 vítima de uma artrite.
Tendo morrido em Valladolid, foi sepultado num mosteiro de Sevilha. 30 anos depois o seu corpo foi transladado para S. Domingos, a actual República Dominicana. No século XVIII, um descendente directo de Colombo removeu-o e mandou-o para Havana, pois considerava que o corpo Colombo deveria jazer perto da primeira ilha em que desembarcara. No entanto, após o processo de independência cubana em 1902, Colombo foi de novo transferido para Sevilha.
No entanto o mistério da verdadeira localização do corpo de Colombo não se encerra aqui. Em 1877 na catedral de S. Domingos foi encontrada uma outra sepultura que continha uma urna que tinha as iniciais C.C.A. gravadas. Supõe-se que essas iniciais significam Cristóbal Colón, Almirante.
As cinzas da urna foram introduzidas em dois medalhões e postas à venda em 1973. no entanto os coleccionadores mostraram-se cépticos e os medalhões acabaram por ser vendidos por uma ninharia….

Cristóvão Colombo é a segunda personalidade de quem mais se escreveu até hoje (a seguir ao destacado Jesus Cristo) e muito se discute sobre se seria português, espanhol ou italiano, não se tendo, ainda, descoberto a sua verdadeira origem.

Apenas dois pequenos pontos:
1) Com "para que os restantes homens não estranhassem o facto de andarem dias e dias sem ver o mar" deves querer dizer que andavam no mar sem ver terra...?

2) Deves-te ter enganado ao escrever "30 anos depois o seu corpo foi transladado para S. Domingos, a actual República Dominicana", porque a actual capital do país chama-se Santo Domingo, não Domingos.

Um bom momento de história e o primeiro de, espero, muitos momentos lúdicos por ti proporcionados. :D

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Antes de mais deixa-me agradecer o teu comentário.
Em relação ao primeiro ponto tinhas razão. Era uma gralha grosseira, a qual já foi corrigida.

Quanto ao 2º nem tanto. É que aquilo que eu pretendo dizer, e posso não ter conseguido "passar a mensagem", é que antigamente a República Dominicana chamava-se S. Domingos. Apenas após questões políticas, como o processo de independência, é que passaram o nome para República Dominicana, denominando a capital de Santo Domingo, em honra ao padroeiro da ilha, São Domingos.

De lembrar que a República Dominicana ocupa cerca de dois terços das Caraíbas, sendo o restante ocupado pelo Haiti, o único país com o qual faz fronteira terrestre.

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Foi então uma falha minha pensar que te terias enganado ao escrever S. Domingos como nome ancestral da região, com o argumento de que por o nome da capital ser Santo Domingo teres colocado um "s" a mais naquele nome.

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