quinta-feira, julho 06, 2006 

Terminou a aventura



Foi ontem que o brilharete Português na Alemanha terminou ou, pelo menos, perdeu alguma da expressividade que poderia ter caso a equipa alcançasse a final.
Num jogo altamente disputado, a França ganhou com um pénalti – evidente – cometido por Ricardo Carvalho – que não irá poder jogar o jogo dos 3º e 4º.
A França não foi, em medida alguma, superior a Portugal. Aliás, ambas as equipas equivaleram-se em quase todos os aspectos do jogo.
No entanto, é errado pensar-se que Portugal dominou a França na segunda parte. Esse domínio foi consentido pelos franceses, a gerir o resultado, e pouco aproveitado por Portugal que voltou a revelar algumas das deficiências denotadas no jogo contra a Inglaterra: falta de agressividade no ataque. A equipa nunca foi capaz de conduzir jogadas perigosas nem de incomodar os centrais franceses.
Num jogo em que a obrigatoriedade de vitória é evidente é necessário arriscar-se mais e, acima de tudo, melhor e mais cedo do que o fez Scolari. O seleccionador não percebeu a tempo e horas que Pauleta estava só e completamente a leste do jogo. Cada vez mais se confirma que Pauleta serve para os jogos “menores”, pois não se consegue evidenciar quando os adversários não se chamam Letónia ou Azerbeijão.
Portugal deveria ter arriscado mais cedo com Nuno Gomes – ao lado de Pauleta ou, até mesmo, de Postiga – e Simão, jogadores capazes de dar outra amplitude ao jogo ofensivo lusitano. Scolari preferiu cometer o mesmo erro do jogo com a Inglaterra e colocar Ronaldo em cunha no ataque. Fez mal e deu razões àqueles que o criticam por não ser um bom treinador de banco.
Mas, isto são pormenores. O facto é que Portugal fez um excelente Mundial, que apenas poderia ser mais brilhante pela chegada à final. O Mundial não terá sido excelente pelo futebol praticado, e isto porque não praticamos um grande futebol. O nosso jogo foi, ao contrário das nossas tradições, essencialmente prático sem o brilhantismo e classe evidenciados em 2000, quando tínhamos a selecção que, nos últimos anos e a meu ver, melhor futebol praticava.
Portugal teve um excelente Mundial porque foi uma equipa na verdadeira ascensão da palavra. O grupo é unido e foi isso que nos permitiu ganhar ao México e terminar a fase de grupos só com vitórias; eliminar a Holanda e a Inglaterra; e fazer o nosso melhor jogo na Alemanha e perder a presença na final para a França.
Caímos, mas caímos de cabeça bem levantada na certeza de que outras competições virão em que nós poderemos demonstrar a nossa classe com, ou sem, Scolari. A selecção, fique em 3º ou em 4º, honrou o nosso país à beira mar plantado, dignificou o nome da Federação e, acima de tudo, elevou o nosso orgulho pátrio e amor á nação, pelo menos durante um mês.
Não queria acabar sem enviar uma palavra de apreço ao Figo. É o último moicano da geração de ouro, o último jogador português que alia a classe e elegância em campo à classe e elegância fora dele e, sem Figo, não sem quem terá o carisma e a personalidade para liderar a selecção nos próximos tempos. Será Simão? Maniche? Miguel? Ronaldo? Figo não será, e é pena que ele, o Rui Costa, o Sérgio Conceição, o João Pinto, o Paulo Sousa e o Fernando Couto não possam ter sempre 26 anos para nos poderem deliciar para sempre e garantir a sobrevivência da nossa selecção.
É preciso ter fé nos que vêm – pois uma renovação é indispensável – agora, e esperar que em 2008 possamos, finalmente, “levantar a taça”!

segunda-feira, junho 05, 2006 

Shine on Roger


Na madrugada de sábado passei por uma experiência única, sublime. Aconteceu no Parque da Bela Vista em Lisboa, no Rock in Rio. Vi Roger Waters ao vivo!!!!!!
Desde os meus 14 anos que sou fã de Pink Floyd. Ainda me lembro da primeira vez que ouvi o álbum “Wish You Were Here”: um colega meu tinha-mo emprestado e eu estava a ouvi-lo e a falar com uma miúda ao telefone. Quando começaram os primeiros acordes de “Shine on You Crazy Diamond” disse-lhe que tinha de ir jantar e fiquei a ouvir aquela música maluca até ao fim. Foi uma experiência marcante. Foi a primeira vez… como são inesquecíveis todas as primeiras vezes!
A seguir a isso fiquei viciado. Depois de “Wish You Were Here” veio “The Dark Side of the Moon” e “The Wall”. Em pouco tempo tinha a discografia completa por ordem cronológica: de 1969 até 1983. Ainda me faltam os dois primeiros e os dois últimos.
Pink Floyd sempre foi, para mim, muito mais do que música e mais como filosofia. Várias vezes chegava a casa aborrecido ou zangado e ouvia Floyd. Ficava mais sereno e era ao seu som que eu encontrava as respostas para os meus problemas. Pode-se dizer que a sua música tinha em mim um efeito terapêutico.
Sempre vivi com uma grande angústia: Nunca iria ver Pink Floyd ao vivo. Em primeiro lugar, porque a idade deles – todos já têm pelo menos 60 anos – já não o deveria permitir e, em segundo lugar, porque uma zanga entre os membros da banda levou à sua dissolução em 1983. A banda regressou mas sem Roger Waters, o génio criativo por detrás dos principais sucessos dos Floyd na década de ’70. Foi como um trio que eles se apresentaram em Portugal, em 1994, esgotando o Estádio de Alvalade duas noites seguidas. Nunca mais ninguém conseguiu repetir esse feito…
Roger Waters também veio a Portugal. Em 2002 ele tocou duas noites no Pavilhão Atlântico. No entanto, eu tinha um teste de Filosofia na segunda-feira e não fui… Pensei que ia mesmo morrer sem concretizar o meu sonho!
Em Julho do ano passado acendeu-se uma réstia de esperança. Desafiados por Bob Geldof a tocar no LIVE 8, os 4 elementos dos Pink Floyd puseram as diferenças de parte e juntaram-se por um Mundo melhor. Nessa noite de sábado, liguei-me à televisão e vi aquilo que pensei nunca vir a ver: os Pink Floyd ao vivo! Claro que foi através da TV, claro que foi a milhares de quilómetros de distância mas eu estava a vê-los! Logo se criaram várias expectativas acerca do futuro: ir-se-iam juntar de novo? Mais uma digressão? Um último álbum?
David Gilmour – guitarrista e vocalista – desfez todos os meus sonhos quando disse, de forma algo peremptória, que os Pink Floyd não se iam juntar. Fiquei desiludido com isso… até que liguei a TV e vi a publicidade ao Rock in Rio 2006 e reparei no cabeça de cartaz para o dia 2 de Junho: Roger Waters!!!!!! Afinal, havia ainda a possibilidade de ouvir a música dos Floyd tocada pelo elemento proeminente!
Comprei logo o bilhete e fiquei 3 meses à espera. O dia chegou. Rui Veloso – fantástico – e Carlos Santana – soberbo – aqueceram o ambiente, mas quando Roger subiu ao palco as minhas pernas tremeram e comovi-me! Estava de frente para o homem que tinha feito toda aquela música linda, aquela música que eu sentia que tinha sido escrita exactamente para mim!
Fiquei sem palavras até… ele começar a tocar. Aí gritei a plenos pulmões com ele, liguei à minha namorada e cantei-lhe o “Wish You Were Here” – a minha música – ao vivo, e rendi-me perante a sua força em palco. Estava nas primeiras filas e juro que ele olhou para mim e que apontou o dedo para mim.
Durante aqueles breves instantes voltei a ter 14 anos e era como se estivesse a ouvir Floyd pela primeira vez: tudo me parecia fresco e genial. Nem me apercebi dos erros que alguns dos músicos que acompanham Waters cometeram, pois estava envolto na nuvem musical que se formava à minha frente. Durante as quase três horas que durou o concerto, quase que ignorei as outras 69 000 (não tenho bem a certeza dos números) pessoas, e fiquei só com ele, a cantar as músicas dele ao mesmo tempo que ele.
Claro que todo este depoimento parece excessivamente gráfico e demasiadamente lamurioso, mas foi exactamente assim que me senti assim que ouvi os primeiros acordes de “Happiest Days of our Lives”... e este foi, sem sombra de dúvidas, um dos dias mais felizes da minha vida!
Agradeço aos meus pais por terem custeado a viagem dos meus sonhos, ao Manel e ao Josué por terem partilhado comigo as aventuras do evento e, ainda, ao Roger Waters e aos restantes Floyd por serem os mais brilhantes músicos do meu Mundo.

quarta-feira, maio 31, 2006 

A alma portuguesa (ou a falta dela)

Supostamente o objectivo deste blog é, primeiro, dar uma notícia seguido da nossa opinião pessoal. Contudo, hoje vou subverter um pouco as regras e irei escrever um “artigo de opinião”. Irei dar a minha opinião sobre o estado de espírito do povo português, do patriotismo – em queda – do povo português. Na minha opinião, a falta de patriotismo, de sentimento de pertença e até de identificação com a pátria é um dos maiores problemas que Portugal enfrenta. Assistimos, hoje em dia, a um completo descrédito das instituições, muito por culpa dos seus intervenientes. É também notório o pessimismo e a falta de fé que o português tem em si, no seu país e no seu futuro. Ora, é de minha opinião que apesar do estado em que se encontra o nosso país não o podemos abandonar e esquecer. É necessário manter viva a alma lusitana, aventureira e até conquistadora dos nossos antepassados; um pouco espezinhada, diga-se, por Salazar. Só assim teremos a coragem e força necessárias para fazer algo pelo nosso país. Não podemos pensar que cabe apenas às elites governantes melhorar o país, temos, de uma vez por todas, de aceitar que TODOS temos de fazer sacrifícios pela pátria. Não se pode passar o horário de trabalho numa esplanada e esperar que as coisas apareçam feitas ou se resolvam. Temos de perder, definitivamente, a ideia de que o que é estrangeiro é que é bom e que os outros são-nos superiores. Isso só acontece nas nossas cabeças, pois todos temos potencial, só tem é que ser descoberto, explorado mas também apoiado, coisa que não tem acontecido muito. Em jeito de conclusão, não nos podemos sentir só portugueses e só unidos quando há um mundial ou um europeu de futebol. É necessário ter sempre uma bandeira, não na varanda ou janela, mas sim no coração, porque se não formos nós ninguém nos vai tirar da situação, de facto deprimente, em que está Portugal.

terça-feira, maio 23, 2006 

Para sempre os maiores!

Já virá um pouco fora de horas este post, mas à falta de outra oportunidade para actualizar o blog, terá de ser hoje…

Ora, Fernando Santos é o novo treinador do Benfica… eh eh eh eh … desta vez não falo de futebol…
Na passada quinta-feira, os Xutos e Pontapés brindaram milhares de alunos da Universidade do Minho, e não só, com mais uma excelente actuação para fechar a semana do “Enterro da Gata”.
Muito poderia eu dizer a propósito da festa, Associação Académica e do lucro que ela retira da semana em causa, mas prefiro ficar-me por aquele que foi, a meu ver, o aspecto mais positivo de toda a semana: o concerto dos Xutos!
Depois de uma semana morna de “Enterro” – apenas Blasted Mechanism e Quim Barreiros conseguiram chegar a todo o público – foi na última noite que, finalmente, a audiência se rendou perante uma actuação, neste caso a dos Xutos! Aliás, já no ano passado o público apenas aderiu verdadeiramente a um concerto – DA WEASEL – tendo apenas “apreciado” os outros.
Mas, voltando aos Xutos, sou o primeiro a reconhecer que não foi o melhor espectáculo possível da banda. Estavam cansados e pouco expressivos, mas o que conta é música e o público não resistiu a saltar e a gritar quando Tim, Zé Pedro, João Cabeleira, Kalú e Gui tocaram todos os clássicos do seu repertório: À minha maneira; Circo de Feras; Não sou o Único; A Minha Casinha; entre outros.
Claro que estou a ser um pouco tendencioso. Nunca procurei tapar a minha afeição pela banda e, por isso mesmo, qualquer espectáculo, por muito pouco conseguido que fosse, seria sempre bem-vindo.
Outras menções honrosas do “Enterro” vão para os Blasted Mechanism – grande “show” – e para o curso de Comunicação Social que consegui desenvolver o melhor carro do cortejo dos últimos anos e ainda a barraca mais bonita e concorrida de todo o recinto.
Nºao queria deixar passar em claro a oportunidade de pedir à Associação Académica maior consideração pelos seus sócios na próxima edição, com preços mais razoáveis e condições mais adequadas.
É que é preciso ver, ver, as coisas…

quarta-feira, maio 10, 2006 

Não é o fim do Mundo… mas pode ser o fim de um clube

Nota aos companheiros de redacção e aos respeitados leitores: Prometo que depois deste post não usarei mais este espaço como veículo para as minhas opiniões futebolísticas – pelo menos até ao início da próxima época!






O campeonato acabou neste fim-de-semana e o grande choque foi a descida do Belenenses (não vou falar mais do Benfica) que assim irá acompanhar Penafiel, Rio Ave e… Vitória de Guimarães.
Ora, era precisamente sobre o Vitória Sport Clube que eu gostaria de falar. Todos nós – principalmente os minhotos – reconhecemos a força que este clube tem na região e a moldura humana que consegue movimentar. Por isso mesmo, a sua descida de divisão assume dimensões ainda mais catastróficas para o seu futuro.
Já muito se disse acerca do facto de Vitória ter planeado esta época para atacar a UEFA e voltar a ficar nos cinco primeiros e, quem sabe, lutar pelo lugar de “grande” minhoto com o Braga.
Nada mais falso. Apesar do treinador – campeão pelo Boavista – e dos reforços de “luxo” – Saganowski, Benachour, Neca, Dário e, em Dezembro, Wesley e Antchouet – o Vitória nunca conseguiu acompanhar o ritmo dos grandes, pese embora tenha sido a única equipa nacional a entrar na fase de grupos da UEFA.
Para os mais esquecidos, lembrem-se que o Vitória perdeu os quatro primeiros jogos da época (Naval, Rio Ave, Braga e Belenenses) e ganhou apenas 8 (!!) jogos durante toda a época, tendo marcado 28 golos – 2º pior ataque – e sofrido 41 golos – teve a melhor defesa entre todos os “aflitos”.
Um campeonato é uma prova de regularidade, e quando se tem um registo tão pobre não se pode pensar em grandes vitórias.
Na época passada Manuel Machado – um treinador competente mas do qual não gosto – contra ventos e marés levou a equipa ao 5º lugar - esta época fez o mesmo com o Nacional – mas, mesmo assim, não resistiu aos desejos de grandeza do Presidente, que via em Jaime Pacheco – é preciso não esquecer que os adeptos vitorianos “exigiram” Pacheco ao seu Presidente – como o melhor treinador para levar o Guimarães ao topo do campeonato e justificar o epíteto de “4º grande”.
Saiu-lhe o tiro pela culatra. Primeiro porque Pacheco é um treinador “à antiga” sem respeito – nem interesse – pela evolução das metodologias de treino e segundo – talvez por derivação do primeiro ponto – não conseguiu criar empatia com o plantel.
Quando a solução “D. Sebastião” não resultou, e Vítor Magalhães se viu forçado a procurar novo “mister”, optou por mais um dos “novos Mourinho”: Vítor Pontes. Sem querer beliscar as capacidades de um treinador que, por exemplo, nunca perdeu contra o Benfica e que realizou um trabalho competente em Leiria – mas também o Peseiro o fez na Madeira – nunca se mostrou identificado nem com o clube, nem com a cidade nem com o plantel (que não está isento de culpas. Basta ver a relação salários à produtividade).
Agora perspectiva-se o calvário da II Liga. O Vitória irá perder as receitas da televisão, mas deverá continuar a contar com a sua legião de fãs, o que lhe possibilitará manter um valor de bilheteira mais elevado.
Todavia, é inegável o choque que o clube vai sofrer com a descida. A II liga quer dizer menores receitas e as mesmas despesas.
O plantel deverá sofrer nova remodelação, mas será que conseguirá a subida? Na próxima época apenas 2 equipas sobem e o Vitória irá contar com a oposição de Belenenses e Rio Ave, numa primeira linha, e com Penafiel, Leixões, Olhanense e Varzim numa segunda, ou seja, a subida não vai ser assim tão fácil.
Mas, depois há um outro problema. Se atentarmos à história do nosso futebol, nenhum dos históricos – uma vez despromovido – conseguiu voltar no imediato ao seu antigo nível. Por exemplo, o Belenenses, que já foi campeão nacional, depois da sua primeira descida em 82 não mais chegou aos seus patamares anteriores, o mesmo se passando com Setúbal, Leixões, Académica, Barreirense, etc. As únicas excepções serão o Boavista – que não desce há 38 anos – e o Braga – 32 anos seguidos na 1ª - mas a emancipação destes deu-se muitos anos depois e acompanhados por uma revolução ao nível directivo.
Prevejo que os próximos anos serão muito difíceis para o Vitória. Os seus associados terão que ter muita força e acreditar na força do clube.
Os jogadores e treinadores terão que se aperceber da dimensão do clube que representam e jogar ao nível exigido.
Mas, a grande questão, são os dirigentes. Todos sabemos que a qualidade média dos dirigentes portugueses é baixa, e isso tem trazido consequências negativas para os clubes.
A questão que se coloca no caso vitoriano é muito simples: Serão os seus dirigentes, actuais e futuros, capazes de encontrar as causas dos problemas – económicos e desportivos – do Vitória, resolvê-los e devolver o clube, de grande dimensão regional, à primeira liga e à luta pela Europa?
Caso o consigam, então esta descida foi um passo atrás necessário para dar alguns em frente e dar alguns troféus ao clube, que não colecciona nenhum desde a Supertaça de 1988.
Se esta descida não for vista como uma forma de corrigir os erros e encontrar novas soluções para o futuro, mas sim como uma altura de arranjar culpados e vandalizar carros e propriedade do clube, então o futuro do Vitória será negro… muito negro.

sexta-feira, abril 28, 2006 

A combinação imperfeita: Hamas, Israel e Paz


Há alguns dias atrás, no sítio oficial de uma estação de televisão portuguesa, podia ler-se o seguinte: Hamas preparado para a paz com Israel. Quem o disse foi Khaled Mechaal, chefe político do movimento radical palestiniano. O Hamas está preparado para viver em paz com Israel mas, para isso, "Israel deve retirar-se dos territórios que ocupa desde 1967. Isto inclui a capital, Jerusalém, e o direito dos refugiados [palestinianos] de regressarem às suas casas, bem como o desmantelamento dos colonatos judeus, a destruição do muro de separação e a libertação de todos os detidos".
Acredito que de facto o Hamas está disposto a negociar a paz com Israel, por razões evidentes. Só não sei de que forma isso será possível, não sei até que ponto a solução proposta surtirá o efeito desejado, porque há uns anos atrás o fundador do Hamas, Ahmed Yassin, apostou na mesma medida que Mechaal e, surpresa das surpresas, tudo continuou como antes! É óbvio que Israel nunca vai ceder às exigências feitas pelos palestinianos. E porquê? É simples: a área ocupada pelo Estado de Israel tem evoluído em relação ao território inicialmente previsto pelo plano de divisão da Palestina em dois estados, votado na Assembleia Geral da ONU em 1947, sem uma consulta prévia aos árabes! E é evidente que os judeus não vão desperdiçar a pátria que lhes foi oferecida para poderem viver de forma livre e sem perseguições.
Mas agora pergunto eu: por que razão Theodor Herzl sugeriu a criação do Estado de Israel na Palestina? Estará relacionado com o facto de a terra prometida por Deus aos hebreus se situar, de acordo com as escrituras bíblicas, onde é hoje Israel? Ou será que foi pela sua privilegiada localização geográfica, clima e recursos naturais? Apesar de pequena em tamanho, a terra de Israel está estrategicamente bem situada, pelo que conquistar Israel era, e ainda é, um objectivo para as nações que querem controlar o Médio Oriente.
Preferia acreditar que foi pela primeira razão. Mas não me parece…

quinta-feira, abril 27, 2006 

E agora?


Antes de iniciar a minha avaliação da época desportiva, que ainda não se encontra no seu final – ainda faltam jogar-se 1620 minutos de futebol – quero avisar os leitores que não sou licenciado na arte de “comentar futebol” como outros comentadores da nossa praça, nem sou um especialista na matéria. Apenas gosto bastante do jogo e de tudo aquilo que ele envolve.
Ora, como eu já disse a liga encontra-se perto do final mas ainda não acabou. No entanto conhecemos, há muito tempo, o último classificado desta época, o Penafiel, e apreciamos a vitória do FC Porto no sábado e a sua confirmação como campeão nacional, substituindo o Benfica na posse do ceptro nacional.
Penso que ambas as classificações são justas. O Penafiel é, sem dúvida alguma, a pior equipa da liga e merece descer. O Porto tem, de facto, a melhor equipa e merece o título nacional. Nada a dizer.
Esta época, longe de ter sido brilhante, o FC Porto foi a equipa mais consistente em termos exibicionais e a nível de resultados. É certo que no início do época, e até Janeiro, o seu treinador andou numa fase experimental, procurando as melhores soluções nos piores locais. Mas, foi num acto de coragem que Co Adriaanse ganhou o campeonato (o seu primeiro trofeu em mais de 25 anos como treinador). No dia 21 de Janeiro de 2006 quando, em pleno Estádio do Dragão, defrontou a Naval num esquema de 3 defesas.
O Porto não jogava bem, mas ganhava e, por mais curioso que isso pareça, com apenas 3 defesas defendia melhor. Para se ter uma ideia, com o recurso a essa táctica o FC Porto sofreu apenas dois golos e ambos de bola parada: o 1º da autoria de João Tomás, de grande penalidade no empate 1 – 1 registado no Dragão; o 2º de Laurent Robert, de livre directo, na única derrota do FC Porto a jogar com três defesas, verificada no Estádio da Luz.
Sem dúvidas que uma equipa que comete essa proeza merece a vitória na Liga.
Todavia, aquilo que mais me interessa e diz respeito é fazer uma análise à carreira do Benfica nesta Superliga Bet and Win.
O Benfica partiu para esta época com os galões de campeão e sem grandes novidades no plantel. Apenas a registar a fuga de Miguel, e os ingressos de Anderson, Beto e Karyaka.
Logo na pré-época a coisa não correu muito bem. O jogo da equipa parecia muito forçado. Mas, era a pré-época e era preciso dar tempo ao novo treinador, Ronald Koeman.
Começou a época e, apesar da vitória na Supertaça, começaram também os equívocos. Um empate na primeira jornada em Coimbra seguido de duas derrotas com Gil Vicente – na Luz – e Sporting – em Alvalade – começaram a revelar alguns problemas.
Veiga foi a correr buscar Miccoli e Karagounis, dois atletas sem lugar nas principais equipas italianas, mas suficientemente bons para jogar no Benfica e em Portugal. A coisa melhorou e até ganhávamos na Europa, por isso o povo calou-se um bocado.
Mas, o empate na Figueira da Foz foi o primeiro de 4 (!) jogos sem ganhar, em que o Benfica atrasou-se relativamente ao Porto. No entanto, e apesar disso, a equipa ganhou um novo fôlego em Dezembro e partiu para uma impressionante série de 7 vitórias seguidas.
Apesar disso, a equipa continuava a revelar algumas fragilidades, mas a vitória sobre o Manchester aliada à diminuição da desvantagem para o líder – apenas dois pontos – fizeram o Mundo benfiquista acreditar. A 29 de Janeiro, Liedson fez o favor de nos acordar para a nossa triste realidade e empurrar-nos para o 3º lugar. Derrotas em Leiria e Guimarães dificultaram a conquista do título, mas nova vitória sobre o Porto, agora na Luz, deu-nos a falsa esperança de que era possível chegar lá. Nada disso. Duas semanas depois a Naval arrancou um empate da Luz e o título foi-se.
Passados uns dias, foi da Taça que o Benfica se despediu, após derrota com o, aparentemente condenado, Vitória de Guimarães. Apenas nos restava a Liga dos Campeões onde o Benfica até jogava bem, conseguindo eliminar o campeão europeu em título, o Liverpool. Só que qualquer esperança em chegar a Paris foi dizimada pelo Barça de Ronaldinho, se bem que seja discutível se aquilo que realmente traiu o Benfica não foram os nervos dos seus jogadores. Agora só nos restava a triste luta pelo 2º lugar.
Mas nem isso parece possível. Após a derrota com o virtual campeão o Sporting não mais ganhou: empates na Reboleira e em casa com a Naval. Mas não pensem que o Benfica fez melhor. Dois empates – Marítimo e Nacional – e apenas uma vítória – no Bessa – são insuficientes para dar o segundo lugar ao Benfica, que dista a 2 – na realidade são 3 – pontos do Sporting. Faltando receber o Setúbal e tendo de ir a Paços de Ferreira é discutível que o Benfica consiga o segundo lugar.
Isto traz-me à apreciação do trabalho do mister. Koeman foi um dos meus jogadores favoritos e, enquanto treinador, fez belíssimos trabalhos no Ajax e no Vitesse. É jovem, ambicioso, cheio de vontade mas falta-lhe qualquer coisa.
Para mim falta-lhe carisma, falta-lhe liderança. A meu ver ele é um péssimo “psicólogo de grupo” e não incute dinâmica na equipa. Melhor dito, a equipa não joga nada!
Comete erros grosseiros dentro do plantel e na sua gestão –o caso Moretto – e parece não conhecer a realidade do nosso futebol. Será por isso que os melhores jogos que o Benfica fez foram na Champions e nos dois jogos contra o Porto, ou seja, ele conhece a realidade do futebol internacional e motiva-se para esses jogos – tal como se motiva para jogar contra o rival holandês, numa frustrada tentativa de provar ser o melhor. Nos restantes parece amorfo no banco. Não se interessa. Só assim se explicam as constantes e erróneas trocas de jogadores de jogo para jogo. Quem não se lembra da titularidade de Marco Ferreira em Guimarães?
Também teve azar com os “reforços” de Inverno que em vez de “reforçar” a equipa “desreforçaram-na”, criando instabilidade no balneário e o aumento da colónia brasileira no plantel.
Agora a Veiga e Vieira exige-se resolução. Se é este o treinador que eles querem, então que o apoiem como fez Pinto da Costa em relação a Adriaanse, e que dotem a equipa de verdadeiros reforços, e não jogadores como Beto, Marcel, Manduca e Moretto que podem ser muito bem intencionados mas não têm qualidade para jogar no Glorioso; nem em “estrelas”, como Robert, que não têm vontade de jogar na Liga Portuguesa.
Na época passada, com pior plantel e menos recursos, o Benfica foi campeão.
Este ano, e apesar de poder ainda fazer mais pontos do que fez o ano passado e marcar mais golos, o melhor que o Benfica pode desejar é ficar em segundo. Não será este um passo em falso para Veiga e Vieira?
Eu acho que sim.

quarta-feira, abril 19, 2006 

O Novo Mundo foi descoberto por engano


Vou iniciar a minha participação neste espaço de debate com um pequeno texto acerca de um acontecimento que me diz muito: a descoberta do Novo Mundo, leia-se América, por Cristóvão Colombo em 1492.
Muito já se disse e escreveu a respeito das viagens de Colombo. O navegador, casado com uma portuguesa, acreditava que o Mundo era redondo. Por isso achava evidente que se podia chegar à Ásia pelo Oceano Atlântico, sem ser necessário passar por África e pelos “tormentosos” cabos desse continente.
Assim sendo, cedo percebeu que necessitaria de dinheiro para confirmar estas suas especulações. Ofereceu então os seus serviços aos reis católicos de Espanha e a D. João II de Portugal. Ambos recusaram. Os Espanhóis porque estavam em guerra com os mouros e não tinham dinheiro para despender em “aventuras”; Portugal porque já tinha delineado um plano para chegar à Índia e que contemplava o dobrar do Cabo das Tormentas e prosseguir viagem ao lado da costa Africana, reclamando todas as terras visitadas durante essa viagem para a coroa portuguesa. Eventualmente, Vasco da Gama chegou à Índia em 1498.
Entretanto, a guerra entre a Espanha e os mouros findara com a vitória espanhola. Agora, D. Fernando e D. Isabel apercebiam-se que tinham de voltar as suas intenções para a expansão marítima, reconhecendo a necessidade de acabar com o maior poderio português nesse domínio. Por isso, pediram que Colombo se reunisse com elas e discutisse, novamente, a sua proposta. Colombo assim o fez, destacando que apenas consentiria em participar na expedição se a coroa espanhola o nomeasse almirante do mar oceânico e vice-rei de todas as terras que descobrisse, com direito a 10% de todos os tesouros que encontrasse na sua viagem.
Muito contrariada, D. Isabel consentiu às pretensões do navegador dando-lhe três navios: a Pinta, a Niña e o célebre Santa Maria. Foi ao comando desses navios e de 87 homens que Colombo partiu do porto de Palos em 3 de Agosto de 1492 com destino à Ásia e às suas riquezas.
No entanto a viagem foi tudo menos pacífica. Toda a tripulação temia o vasto e desconhecido mar que se estendia à sua frente. Apenas Colombo se mantinha confiante no sucesso da sua missão. Ele enganava a tripulação mantendo um falso diário de bordo, no qual encurtava as distâncias realmente percorridas, para que os restantes homens não estranhassem o facto de andarem dias e dias sem verem terra.
Colombo foi também assolado por tempestades que danificaram os seus barcos, incluindo o seu Santa Maria, que acabaria por ser destruído por uma dessas tempestades quando a terra já se encontrava à vista.
No dia 12 de Outubro a frota chegou à ilha de Guanahani, habitada por índios de pele escura. Colombo baptizou-a de São Salvador e reclamou a sua posse para Espanha. Na sua mente a sua teoria confirmava-se: era possível chegar à costa oriental asiática pelo Atlântico.
Ao chegar ao Novo Mundo, Colombo passou duas semanas a viajar entre as belas ilhas das Caraíbas, dando nomes espanhóis a todas aquelas em que se desembarcava.
Realizou mais 3 viagens ao Novo Mundo, tendo numa outra navegado ao longo da Costa da América Central, embora não tenha desembarcado.
Até ao fim dos seus dias Colombo acreditou firmemente que as ilhas por ele descobertas se encontravam junto da costa asiática.
Devido à sua ambição e arrogância perdeu os favores da corte espanhola, tendo morrido desapontado e esquecido a 20 de Maio de 1506 vítima de uma artrite.
Tendo morrido em Valladolid, foi sepultado num mosteiro de Sevilha. 30 anos depois o seu corpo foi transladado para S. Domingos, a actual República Dominicana. No século XVIII, um descendente directo de Colombo removeu-o e mandou-o para Havana, pois considerava que o corpo Colombo deveria jazer perto da primeira ilha em que desembarcara. No entanto, após o processo de independência cubana em 1902, Colombo foi de novo transferido para Sevilha.
No entanto o mistério da verdadeira localização do corpo de Colombo não se encerra aqui. Em 1877 na catedral de S. Domingos foi encontrada uma outra sepultura que continha uma urna que tinha as iniciais C.C.A. gravadas. Supõe-se que essas iniciais significam Cristóbal Colón, Almirante.
As cinzas da urna foram introduzidas em dois medalhões e postas à venda em 1973. no entanto os coleccionadores mostraram-se cépticos e os medalhões acabaram por ser vendidos por uma ninharia….

sábado, abril 15, 2006 

Lei da Nacionalidade

A actual Lei da Nacionalidade portuguesa remonta a 3 de Outubro de 1981 e foi revista e alterada, nalguns pontos, no dia 19 de Agosto de 1994. Em seguida apresento excertos com os pontos que, de toda a lei, penso serem susceptível de suscitar maior discórdia:
1) "São portugueses de origem: [...] Os indivíduos nascidos em território português, filhos de estrangeiros que aqui residam com título válido de autorização de residência há, pelo menos, 6 ou 10 anos, conforme se trate, respectivamente, de cidadãos nacionais de países de língua oficial portuguesa ou de outros países";
2) Poderão adquirir a nacionalidade portuguesa "o estrangeiro casado há mais de três anos com nacional português" e "o adoptado plenamente por nacional português". Para isso basta "serem maiores [...]; residirem em território português ou sob administração portuguesa, com título válido de autorização de residência, há, pelo menos, 6 ou 10 anos [...]; conhecerem suficientemente a língua portuguesa; [...] possuírem capacidade para reger a sua pessoa e assegurar a sua subsistência";
3) É "fundamento de oposição à aquisição da nacionalidade portuguesa: [...] a prática de crime punível com pena de prisão de máximo superior a três anos, segundo a lei portuguesa";
4) "Têm legitimidade para interpor recurso de quaisquer actos relativos à atribuição, aquisição ou perda de nacionalidade portuguesa os interessados directos e o Ministério Público";
5) "Se alguém tiver duas ou mais nacionalidades e uma delas for portuguesa, só esta releva face à lei portuguesa";
6) "A mulher que tenha perdido a nacionalidade portuguesa por efeito do casamento pode adquiri-la mediante declaração".

A questão da nacionalidade e da imigração é uma das mais delicadas dos dias correntes, porque afecta à globalização. Na minha opinião, a globalização é, e apesar de alguns efeitos nocivos às economias individualizadas, essencial para o desenvolvimento de um país. Alguns exemplos (que não têm muito que ver com o tema supracitado) do que de positivo a globalização traz é a maior transparência da política dos países, especialmente no que diz respeito à economia, sendo prática corrente o cálculo do PIB por parte de entidades independentes, o que impossibilita a "cultura da aparência" verificada, por exemplo, na era-Salazar. No que diz respeito à lei da nacionalidade lusa penso ser, de uma forma global, bastante correcta, tendo apenas algumas ressalvas a colocar: penso que a atribuição da nacionalidade não deveria ser feitas nos moldes actuais, em que sobressai o factor-tempo, mas antes através de uma análise minuciosa caso-a-caso; assim, penso ser ridículo que um miúdo russo só seja considerado como perfeitamente integrado na sociedade e cultura nacionais quando atinge os dez anos de idade... O que eu proporia seria uma avaliação mais detalhada dos "feitos" de cada pretendente (claro que isto só seria possível atribuindo aos serviços de informação um papel preponderante), conjuntamente com algo que já foi proposto na AR: a realização de testes de conhecimento (a proposta é do CDS-PP) acerca do país, da sua história e cultura. Aquela avaliação constituiria - como deverão ter depreendido atrás - uma forma de selecção mais eficaz, deixando de parte potenciais entraves ao desenvolvimento nacional como o facto de o indivíduo ter estado ou estar actualmente preso.

sexta-feira, abril 07, 2006 

Evangelho segundo Judas Iscariotes

Perdido durante 1700 anos, foi apresentado ontem ( 6 de Abril), pela National Geographic o Evangelho segundo Judas. Apesar de não ser reconhecido pela Igreja, este documento não deixou de levantar dúvidas e desconfianças nos diversos quadrantes da sociedade. Contradizendo aquilo que é dito nos restantes Evangelhos, neste Judas não aparece como um traidor, mas sim como o favorito de Jesus Cristo. A suposta traição de Judas é explicada como sendo um desejo de Jesus Cristo. Após longos anos na mão de privados foi doado em Fevereiro de 2001 para ser restaurado e traduzido. A Igreja considerou o Evangelho como sendo um documento apócrifo (relativo aos escritos de assunto sagrado que não foram incluídos pela Igreja no cânon das Escrituras autênticas) e como mais um caso mediático á imagem do que aconteceu com o best-seller de Dan Brown “O Código Da Vinci”. A Igreja afirma ter conhecimento deste documento desde o século II por intermédio do Santo Irineu que já nessa altura denunciava as heresias nele contidas. Segundo a “Maecenas Foundation for Ancient Art” de Basileia e a National Geographic, o evangelho apócrifo de Judas devia ser um texto grego de origem gnóstica, escrito pela seita dos cainitas, em meados do século II. Esta seita dava um valor positivo a todas as figuras negativas das escrituras judaicas e cristãs. O presidente do Comité de Ciências Históricas do Vaticano, D. Walter Brandmuller, já afirmou que a tradução será “um testemunho precioso para conhecer melhor o Cristianismo primitivo”. Fora de questão está uma revalorização de Judas, que teria, segundo os “crentes” do Evangelho de Judas, colaborado no desenho de salvação de Deus para a humanidade.

Apesar de não ter uma opinião definitiva a propósito deste assunto, não considero o Evangelho segundo Judas como uma heresia. Gostaria de perceber porque é que a Igreja não confere a mesma validade a este Evangelho como aos restantes quatro. Será por ser aquele que se pensa ter sido escrito mais tarde? Será que é por ter sido escrito por uma suposta seita? E quem garante que foi mesmo? É por estas e por outras dúvidas que dou a este Evangelho o mesmo benefício da dúvida que dou aos restantes quatro.

 

Domus Opinatus

Esta é a abertura de um espaço que se pretende público de debate de ideias. A expressão latina "Domus Opinatus" significa, literalmente, espaço/casa de opinião/debate, pelo que será essa a lógica deste blogue. Esperamos da parte do leitor a contraposição às nossas opiniões.